AMÉRICA LATINA - 2022

Diversidade socioeconômica no ambiente de trabalho

Por que e como as empresas podem contribuir para a equidade e inclusão

Socioeconomic diversity in the workplace matters

How companies can take action towards equity and inclusion

L A T I N ​ ​ A M E R I C A - 2022

01

Por que a diversidade socioeconômica no ambiente de trabalho é importante

A evidência dos benefícios de diversidade, equidade e inclusão (DE&I) para as empresas é relevante. Pesquisas da McKinsey realizadas ao longo dos últimos 15 anos revelaram

uma forte correlação entre o comprometimento das empresas com DE&I e seus resultados.

Diversidade de gênero¹ versus EBIT

% de empresas com EBIT acima da média da indústria

1. Pretos, pardos e amarelos também incluem povos multirraciais, asiáticos, nativos da América, mapuches, aimarás, ameríndios e comunidades nikkei e tusán.

Nos últimos anos, as empresas da América Latina se tornaram mais inclusivas e equitativas em relação a grupos historicamente sub-representados. Contudo, os esforços de DE&I de muitas empresas não têm sido consistentes em relação a todos os grupos sub-representados. Um elemento crítico vem recebendo pouca atenção:

a diversidade socioeconômica.

Para quais dos seguintes grupos sub-representados a empresa onde você trabalha possui estratégias?

% de líderes de DE&I e RH que disseram “sim”

Apenas 32%

das empresas indicam ter ações ou programas voltados para funcionários com condições socioeconômicas menos favoráveis

O relatório expande os estudos anteriores da McKinsey sobre diversidade, acrescentando à discussão a diversidade socioeconômica no ambiente de trabalho

+5000

pessoas

24+ anos de idade, empregadas formalmente ou empreendedoras

Diversas em gênero, raça, orientação sexual e condições socioeconômicas

6

países da América Latina

ARG

BRA

CHI

COL

PER

PAN

+40

líderes

de RH e DE&I e executivos seniores de empresas líderes da região

Grupos analisados

Pessoas com condições socioeconômicas menos favoráveis que não passaram por mobilidade social

Saiba mais

  • Pessoas cujos pais concluíram até o ensino médio, e/ou
  • Que enfrentaram insegurança alimentar durante a infância e adolescência e/ou que tinham acesso limitado a serviços de saúde durante a infância e adolescência, e
  • Atualmente, enfrentam problemas semelhantes e/ou estudaram somente até o ensino médio

Pessoas que estão passando por mobilidade socioeconômica

Saiba mais

  • Pessoas cujos pais concluíram até o ensino médio, e/ou
  • Que enfrentaram insegurança alimentar durante a infância e adolescência e/ou que tinham acesso limitado a serviços de saúde durante a infância e adolescência, e
  • Atualmente não enfrentam esses problemas e concluíram até, no mínimo, ensino superior técnico

Pessoas com condições socioeconômicas mais favoráveis

Saiba mais

  • Pessoas cujos pais concluíram até, no mínimo, ensino superior técnico, e
  • Sempre tiveram segurança alimentar e acesso a serviços de saúde quando necessário, e
  • Concluíram até, no mínimo, ensino superior técnico

02

Obstáculos à diversidade socioeconômica no ambiente de trabalho

O estudo analisa desafios específicos que pessoas com condições socioeconômicas menos favoráveis enfrentam ao longo de sua vida profissional

3 momentos-chave da sua jornada de trabalho

Acesso a empregos corporativos

Saiba mais

Crescimento profissional

Saiba mais

Empreendedorismo

Saiba mais

Acesso a empregos corporativos

~90%

das pessoas que não passaram por mobilidade social disseram que enfrentam obstáculos para ampliar seus estudos, principalmente falta de dinheiro e falta de tempo

1/2

das pessoas com condições socioeconômicas menos favoráveis não sabem quais empresas poderiam oferecer-lhes boas oportunidades de desenvolvimento de carreira

Você fala inglês e em que nível?

Nível intermediário ou avançado - % de participantes por grupo

Condições socioeconômicas menos favoráveis

Condições socioeconômicas mais favoráveis

X

Diferença entre pessoas com condições socioeconômicas menos favoráveis e pessoas com condições socioeconômicas mais favoráveis por país

O conhecimento de inglês é 1,9 vez maior entre os funcionários com condições socioeconômicas mais favoráveis.

Crescimento profissional

Enquanto 45% das pessoas que passaram por mobilidade social ocupam posições de gerência e executivas, ​ 59% das pessoas com condições socioeconômicas mais favoráveis ocupam essas posições.

Também, pessoas com condições socioeconômicas menos favoráveis recebem menos horas de treinamento ​ do que as pessoas com condições socioeconômicas mais favoráveis. A lacuna de horas é maior em treinamentos de competências pessoais (soft skills).

As pessoas com condições socioeconômicas menos favoráveis têm menos probabilidade de compartilhar hobbies e referências com seus colegas de contextos socioeconômicos mais favoráveis, o que pode reduzir as oportunidades de conectar-se com colegas a partir de interesses e experiências comuns.

“Na empresa onde trabalho, sentia que não havia ninguém para falar das coisas que gosto de fazer; eu não compartilhava interesses com a maioria dos meus colegas. Não sentia que podia ser eu mesmo no trabalho”

Qual é seu cargo atual?

% por grupo

Nos últimos 6 meses, quantas horas você dedicou a treinamentos oferecidos pela sua empresa?

Média de horas de treinamento por tipo e por grupo

Condições socioeconômicas menos favoráveis

Pessoas passando por mobilidade social

Condições socioeconômicas mais favoráveis

Empreendedorismo

Embora as pessoas de todos os grupos tenham ambições semelhantes de se tornarem empreendedoras, as pessoas com condições socioeconômicas menos favoráveis não têm as mesmas oportunidades que as de condições socioeconômicas mais favoráveis.

Empreendedores com origens socioeconômicas mais favoráveis têm maior acesso a capital inicial e empréstimos, enquanto ​ pessoas com condições socioeconômicas menos favoráveis consideram esse o principal desafio a ser superado.

Enfrento obstáculos para estudar mais

% dos participantes

Quais são os principais obstáculos para ter seu próprio negócio?

% de participantes por grupo, que selecionaram o obstáculo como número um

03

Benefícios associados a investimentos em diversidade socioeconômica

Empresas comprometidas com a diversidade socioeconômica têm maior probabilidade de desfrutar de uma melhor saúde organizacional e de uma

uma melhor gestão de talentos

As empresas correlacionam os benefícios em 5 dimensões

com investimento em ED&I e diversidade socioeconômica

Saúde organizacional

Saiba mais

Comprometimento dos funcionários

Saiba mais

Pool​ único de talentos

Saiba mais

Retenção e reconhecimento dos funcionários

Saiba mais

Satisfação dos funcionários

Saiba mais

É duas vezes mais provável que os funcionários concordem que seus líderes atuam como exemplos de valores da organização a serem seguidos e que promovem a confiança e o diálogo aberto.

​A propbabilidade de os funcionários serem felizes no ambiente de trabalho é 4x maior

​Estima-se que os funcionários permaneçam 12% mais tempo nas empresas e a frequência de promoções de funcionários é 40% maior

Os funcionários valorizam mais seu desempenho profissional

​Pessoas de diferentes origens socioeconômicas trazem novas visões para o ambiente de trabalho, que podem se traduzir em melhorias na forma de trabalhar

04

Ações que as empresas podem tomar para promover a diversidade socioeconômica no ambiente de trabalho

Para promover a diversidade socioeconômica no ambiente de trabalho, existem

5 ações

que as empresas podem tomar, incluindo a ampliação de ações já existentes de DE&I e a formulação de novas iniciativas voltadas às circunstâncias específicas de pessoas com condições socioeconômicas menos favoráveis

01

Mapear a composição da força de trabalho com base no contexto socioeconômico dos funcionários e monitorar seu bem-estar

​​Apenas 26% das empresas mencionaram que já monitoram a composição socioeconômica da força de trabalho - aqueles que o fazem são capazes de definir metas, implementar um plano com base em dados e avaliar o bem-estar

Caso de sucesso

01

Uma empresa do setor de tecnologia criou um índice de bem-estar para mensurar os níveis de segurança psicológica de cada grupo sub-representado, incluindo aqueles com condições socioeconômicas menos favoráveis.

Isso permite o monitoramento do bem-estar dos funcionários, que vai um passo além da abordagem de DE&I e dos indicadores-chave de desempenho tradicionais.

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02

Reestruturar o processo de recrutamento e expandir o pool de talentos

Apenas cerca de 40% das pessoas com contexto socioeconômico menos favorável têm nível intermediário ou avançado de inglês; a revisão dos critérios de seleção pode permitir que as empresas acessem esses talentos - investir nas habilidades dos entrevistadores também é essencial

Caso de sucesso

02

Uma empresa de serviços organizou um evento para apresentar seu centro de capacidades digitais a alunos do ensino médio da rede pública, que tradicionalmente não são alvo de eventos de recrutamento.

Isso propiciou aos participantes uma oportunidade para expandir seus horizontes. Um dos participantes relatou: “Eu já tinha desistido do meu futuro, mas depois de hoje comecei a sonhar de novo”.

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03

Oferecer treinamento corporativo adicional para complementar competências técnicas, pessoais e linguísticas

​As pessoas com contexto socioeconômico menos favorável recebem menos horas de treinamento, apesar de 31% mencionarem o apoio ao ensino superior e os treinamentos de aperfeiçoamento/ requalificação, especialmente em competências pessoais (soft skills), como uma das ações mais impactantes que uma empresa pode implementar

Caso de sucesso

03

​Um varejista decidiu oferecer aos funcionários de alto desempenho da área logística a oportunidade de estudar desenvolvimento de software.

A empresa se beneficiou dessas novas habilidades e os funcionários se capacitaram para ingressar em uma carreira com melhores expectativas salariais e maior demanda.

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04

Melhorar o senso de pertencimento dos funcionários por meio do fortalecimento de redes de networking e de suporte, e de lideranças mais representativas

Pessoas com contexto socioeconômico menos favorável têm menos modelos a serem seguidos (role models) e mentores ao longo da vida (14% menos); fortalecer networking​ e aumentar a representação na liderança são algumas formas de promover sua inclusão.

Caso de sucesso

04

Uma empresa do setor de telecomunicações promove eventos para que as pessoas com condições socioeconômicas menos favoráveis possam compartilhar suas histórias com os colegas.

Esse tipo de iniciativa serve a dois propósitos: por um lado, promove a visibilidade e a conscientização acerca da diversidade socioeconômica no ambiente de trabalho e, por outro, inspira uma maior inclusão de pessoas de diferentes origens. Também ajuda a desenvolver exemplos inspiradores para que outras pessoas com perfis semelhantes possam se conectar e obter apoio em suas jornadas de desenvolvimento.

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05

Incluir uma perspectiva socioeconômica nos processos antivieses para assegurar um avanço de carreira justo para todos

​Menos de 30% das empresas incluem mecanismos antivieses no processo de tomada de decisão. Aquelas que o fazem integram, desenvolvem e retêm de forma mais efetiva pessoas com condições socioeconômicas menos favoráveis por meio da implementação de treinamentos sobre vieses antes dos ciclos de avaliação e de outros processos internos relevantes

Caso de sucesso

05

Uma empresa brasileira de tecnologia está implementando um algoritmo antiviés para aprimorar o processo de avaliações de desempenho. A empresa define a curva de desempenho normal para todos os subgrupos de funcionários e as avaliações dos avaliadores são comparadas com a previsão. O algoritmo corrige automaticamente os desvios da média e apresenta ao avaliador uma nova proposta que elimina o viés. Então, os avaliadores podem aceitar ou rejeitar a revisão proposta.

“Em mais de 80% dos casos, o avaliador aceita a recomendação do algoritmo”, disse o diretor de talentos da empresa.

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Mais informações disponíveis no relatório

Autores

Heloisa Callegaro

Sócia Sênior

São Paulo
McKinsey & Company

Maria
Helo

Sócia

Colômbia
McKinsey & Company

Paula
Castilho

Sócia

São Paulo
McKinsey & Company

Beatriz Federico

Sócia Associada

São Paulo
McKinsey & Company

Flor
Moreno

Sócia Associada

Colômbia
McKinsey & Company

Alex
Rosário

São Paulo
McKinsey & Company

Ana
Tavassi

São Paulo
McKinsey & Company

Camilla Bragança

Rio de Janeiro
McKinsey & Company

Caroline Candido

São Paulo
McKinsey & Company

Glauber Ferreira

São Paulo
McKinsey & Company

Isadora
Rial

Rio de Janeiro
McKinsey & Company

Arte e design

Conrado Sertorio, Evee Avila, Fabio Yoshida e Thiago Limón (ilustrações)

Comunicação

Anabel Suero, Barbara Roncada, Cristiane Matos, Giovana Fazio, Laura Valente, Marcelo Batistella, Mariana Almeida, Paula Duran, Priscila Bianchini, Vinicius Camargo e Jackie Fermo e Jocelyn Newmarch, do Douglas Knowledge Partners

Colaboradores

Ankit Jain, Celso Moraes, Cláudia Zaroni, Pedro Antonacio, Resil Das e Utkarsh Rathi pelo levantamento e análise de dados

Carolina Manrique, Camila Muratore (alum), Fernanda Wurmli, Florencia Muther, Gabriel Bezerra, Geraldine Coronel, Igor Vieira, Iolanda Correali, Magdalena Badal, Pedro Sarasqueta e Zoroastro Souza por sua colaboração para o relatório

Agradecimentos

Os autores gostariam de agradecer aos seguintes colegas seniores por seu compromisso com o estudo: Fernando Ferrari, Francisco Ortega, Reinaldo Fiorini, Alonso Razetto, Angela Samper, Federico Ruiz Guiñazu, Julio Giraut, Mauricio Janauskas, Jaime Szigethi, Filipe Freire, Sara Prince e Monne Williams. Além disso, gostariam de agradecer especialmente a Henrique Fagundes, Margaret Swink, Robin Lore, Florencia Dellacqua, Gian Romano e Laura San Miguel por suas importantes contribuições.

Os autores também gostariam de agradecer a todas as empresas e participantes da pesquisa por sua contribuição fundamental para o estudo.

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